Nissan Busca Fôlego na Renault em Meio a Desafios

Em uma manobra estratégica para superar as atuais dificuldades financeiras, a Nissan aposta em uma revitalização de sua linha e em uma colaboração mais estreita com a parceira Renault. Diante da ausência de um investidor externo com recursos suficientes para sanar sua situação, a montadora japonesa delineou um plano que inclui o lançamento de novos modelos e um acordo para aproveitar a expertise da Renault no segmento de veículos elétricos. O primeiro fruto dessa parceria será um novo Micra totalmente elétrico, construído sobre a plataforma do aguardado Twingo EV.
Contudo, a nova estratégia da Nissan não está isenta de obstáculos, sendo a necessidade urgente de capital um dos principais desafios. A decisão de não prosseguir com o investimento de 600 milhões de euros na Ampere, a divisão de veículos elétricos da Renault, proporcionou um alívio financeiro imediato. A esse montante, somou-se a receita obtida com a venda de uma parcela adicional de suas ações na marca francesa, garantindo à Nissan uma sobrevida financeira enquanto aguarda os resultados de seu plano de recuperação.
Um ponto interessante dessa colaboração é o acesso da Nissan à base do Twingo EV, o modelo elétrico que a Renault planeja lançar em 2026 com um preço inferior a 20.000€. Essa plataforma servirá como ponto de partida para o futuro Micra elétrico, que também deverá ostentar um preço competitivo e um considerável potencial de vendas.
Nissan Busca Fôlego na Renault em Meio a Desafios

Olhando para o cenário pós-2025, marcado pela crescente exigência de veículos elétricos na Europa para a redução das emissões de CO2, a Nissan também se beneficiará de um novo Leaf. O modelo, que evoluirá de um hatch para um crossover, alinha-se com a preferência atual do mercado por veículos com estilo SUV.
A Renault, por sua vez, aproveita o momento para fortalecer sua presença em mercados emergentes. A montadora francesa adquiriu os 51% que a Nissan detinha na Renault Nissan Automotive India Private e em sua fábrica localizada em Chennai, consolidando sua estratégia de expansão global. Adicionalmente, a Renault atendeu ao pedido da Nissan de reduzir a participação mínima obrigatória na Aliança Renault Nissan Mitsubishi de 15% para 10%, o que permitiu à Nissan alienar 5% de sua fatia acionária.
Essa reconfiguração da parceria entre Nissan e Renault sinaliza uma nova fase para ambas as montadoras. Resta acompanhar de perto a implementação da estratégia da Nissan e o impacto da colaboração no mercado automotivo global.